A frenectomia é um procedimento cirúrgico realizado para remover ou reposicionar o freio bucal quando sua inserção interfere na função oral. Pode ser indicada para corrigir a anquiloglossia, quando o freio lingual limita os movimentos da língua, para ajustar o freio labial que causa diastema ou retração gengival, ou ainda para melhorar a adaptação de próteses removendo um freio vestibular excessivo.
Na língua, essa condição ocorre quando o frênulo lingual — a membrana que conecta a língua ao assoalho da boca — apresenta-se encurtado ou com inserção inadequada, limitando os movimentos da língua e afetando funções essenciais como sucção, deglutição, mastigação e fala.
A intervenção cirúrgica visa liberar a língua, permitindo sua mobilidade plena e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida do paciente.
Nos lábios, o problema surge quando o freio labial se insere de forma excessiva entre os dentes centrais, podendo causar diastema, retração gengival e interferências na oclusão.
Já no vestíbulo bucal, um freio inserido de maneira inadequada pode dificultar a adaptação de próteses dentárias, gerar desconforto e até contribuir para a perda óssea na região, exigindo correção cirúrgica para preservar a saúde bucal.
A identificação precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações futuras e promover o desenvolvimento oral saudável.
Quais os tipos de frenectomia?
A frenectomia pode ser classificada em três tipos principais, dependendo da região onde o freio bucal interfere na função oral:
Frenectomia labial
Realizada no freio labial superior ou inferior, geralmente para corrigir um freio muito curto ou espesso que pode causar diastema (espaço entre os dentes), retração gengival ou dificuldades na fala e na mobilidade dos lábios.
Frenectomia lingual
Feita no freio lingual, indicado para tratar a anquiloglossia (língua presa), que pode comprometer a amamentação, a fala e a movimentação da língua.
Frenectomia vestibular
Envolve a remoção ou reposicionamento do freio localizado na mucosa oral, próximo ao vestíbulo da boca, podendo ser necessária para otimizar a adaptação de próteses dentárias ou evitar retração gengival.
O procedimento pode ser feito cirurgicamente com bisturi ou a laser, dependendo do caso e da recomendação do profissional.
A frenectomia labial e a lingual são as mais comuns entre os dentistas, especialmente os especialistas em periodontia e cirurgia bucomaxilofacial.
A frenectomia labial é realizada para corrigir freios que causam diastema ou retração gengival, enquanto a lingual é comum em crianças com anquiloglossia, afetando a fala e a amamentação. Já a frenectomia vestibular é menos rotineira, sendo mais indicada para pacientes que usam próteses dentárias.
Indicações para a frenectomia labial, lingual e vestibular
Interferência nas funções orais
Um freio labial excessivamente preso ou espesso pode dificultar movimentos labiais, higiene bucal, fala e, em bebês, a amamentação.
Questões estéticas
Um freio volumoso ou inserido baixo na gengiva pode afetar a aparência do sorriso, causando desconforto ou constrangimento.
Diastema entre os incisivos centrais
Um freio labial espesso pode causar espaçamento entre os dentes frontais superiores, conhecido como diastema.
A frenectomia lingual é indicada quando o freio lingual limita os movimentos da língua, causando dificuldades na amamentação, na fala, na mastigação ou na deglutição. Em bebês, a anquiloglossia pode prejudicar a sucção e levar a problemas na alimentação. Em crianças e adultos, pode interferir na articulação das palavras e até na higiene bucal, favorecendo o acúmulo de resíduos sob a língua.
Já a frenectomia vestibular é recomendada quando o freio inserido de forma inadequada compromete a fixação de próteses dentárias, causa desconforto ou favorece a retração gengival e a perda óssea. Esse procedimento melhora a estabilidade das próteses e contribui para a preservação da estrutura gengival e óssea.
Sintomas que podem indicar a necessidade de frenectomia labial
- Dificuldade em levantar o lábio superior para expor os dentes superiores;
- Presença de diastema;
- Freio labial espesso, preso ou com inserção baixa na gengiva;
- Problemas na fala, como dificuldade em pronunciar certos sons;
- Dificuldade na mastigação;
- Higiene bucal inadequada devido à dificuldade de escovar os dentes e usar fio dental;
- Retração gengival causada pelo freio labial;
- Sensibilidade ou sangramento gengival durante a escovação;
- Dor ou desconforto na região do freio labial.
Caso apresente algum desses sintomas, é recomendável consultar um dentista para avaliação e orientação profissional.
Como é realizada a cirurgia de frenectomia?
A frenectomia labial é um procedimento simples e minimamente invasivo, realizado de duas maneiras:
Cirurgia convencional
Utiliza-se um bisturi para fazer pequenas incisões no freio, seguido de sutura dos tecidos moles com pontos absorvíveis ou não absorvíveis.
Cirurgia a laser
Emprega-se um bisturi elétrico, tornando o processo mais rápido. Além de cortar o freio, o laser promove coagulação imediata, dispensando a necessidade de sutura.
Cuidados após o procedimento
Para garantir uma recuperação adequada e evitar complicações, alguns cuidados são essenciais:
- Repouso: Descanse nas primeiras 24 horas, especialmente se a cirurgia envolveu sutura;
- Aplicação de gelo: Use compressas de gelo na área operada por 20 minutos a cada hora nas primeiras 24 horas para reduzir o inchaço;
- Posição ao dormir: Mantenha a cabeça elevada com dois travesseiros para minimizar o inchaço;
- Medicação: Siga as prescrições do dentista, incluindo analgésicos e anti-inflamatórios;
- Alimentação: Nos primeiros dois dias, consuma alimentos líquidos ou pastosos e frios. Evite alimentos duros, quentes, picantes ou ácidos;
- Higiene bucal: Use uma escova de dentes macia para limpar delicadamente os dentes. Após 48 horas, pode-se utilizar um enxaguante bucal à base de clorexidina 0,12% duas vezes ao dia, conforme orientação do dentista;
- Outras orientações: Evite fumar, consumir bebidas alcoólicas, exposição ao sol e atividades físicas intensas durante o período de cicatrização.
Possíveis riscos do procedimento
Embora a frenectomia labial seja considerada segura, podem ocorrer algumas complicações, como:
- Sangramento: Pequenas hemorragias são comuns, mas, em casos raros, pode ocorrer sangramento excessivo;
- Infecção: Rara, mas possível se os cuidados pós-operatórios não forem seguidos adequadamente;
- Dor ou desconforto: Geralmente controlados com medicação prescrita;
- Inflamação e inchaço: Podem ocorrer, mas tendem a ser temporários;
- Lesão de estruturas adjacentes: Se a técnica cirúrgica não for adequada, há risco de danos a dentes, gengivas ou nervos próximos ao freio.
Para minimizar esses riscos, é fundamental que o procedimento seja realizado por um profissional qualificado e que as orientações pós-operatórias sejam rigorosamente seguidas.
É perigoso fazer frenectomia?
A frenectomia é um procedimento cirúrgico considerado seguro e rotineiro na odontologia. Quando realizada por um profissional qualificado e seguindo as indicações corretas, os riscos associados são mínimos. No entanto, como em qualquer intervenção cirúrgica, podem ocorrer complicações, embora raras, como infecção, sangramento excessivo ou cicatrização inadequada. É fundamental uma avaliação criteriosa antes de indicar o procedimento, especialmente em crianças, para assegurar que a frenectomia seja realmente necessária. Seguir as orientações pós-operatórias do dentista também é crucial para uma recuperação tranquila e eficaz.
Qual a melhor idade para fazer frenectomia?
A idade ideal para a realização de uma frenectomia depende do tipo de freio envolvido e dos sintomas apresentados pelo paciente.
Frenectomia lingual (freio da língua):
Recém-nascidos e lactentes
Quando o freio lingual curto causa dificuldades na amamentação, como problemas de sucção, a intervenção pode ser realizada nos primeiros dias ou meses de vida.
Crianças mais velhas e adultos
Se a anquiloglossia (língua presa) estiver afetando a fala ou outras funções orais, a cirurgia pode ser indicada independentemente da idade.
Frenectomia labial (freio do lábio)
Crianças pequenas
Alguns especialistas recomendam a avaliação precoce, por volta dos 2 anos de idade, especialmente se o freio labial estiver causando problemas funcionais ou estéticos.
Dentição permanente
Outros profissionais sugerem aguardar até a erupção dos dentes permanentes, como os caninos, para determinar a necessidade da cirurgia, especialmente se houver diastema (espaçamento) entre os dentes frontais superiores.
Em todos os casos, a decisão sobre o momento adequado para a frenectomia deve ser baseada em uma avaliação clínica detalhada realizada por um dentista ou especialista em saúde bucal. A intervenção precoce é recomendada quando o freio interfere nas funções orais, enquanto casos assintomáticos podem ser monitorados ao longo do desenvolvimento.
O que acontece depois da frenectomia?
Após a realização de uma frenectomia, é fundamental adotar cuidados específicos para assegurar uma recuperação adequada e minimizar possíveis complicações. A seguir, destacam-se as principais recomendações pós-operatórias:
Repouso
Mantenha repouso absoluto nas primeiras 24 horas após a cirurgia, evitando atividades físicas intensas.
Aplicação de gelo
Utilize compressas de gelo na região operada por 15 minutos a cada hora, durante as primeiras 24 horas, para reduzir o inchaço.
Alimentação primeiras 48 horas
Prefira alimentos líquidos ou pastosos e frios, evitando itens quentes, duros ou picantes que possam irritar a área operada.
Gradualmente, reintroduza alimentos sólidos, conforme a tolerância e orientação do seu dentista.
Escovação
Utilize uma escova de dentes macia para higienizar delicadamente os dentes, evitando a região operada nos primeiros dias.
Enxaguante bucal
Após 48 horas, pode-se iniciar o uso de enxaguantes bucais recomendados pelo dentista para auxiliar na limpeza e prevenção de infecções.
Evitar fumar e consumir álcool
Ambos podem interferir no processo de cicatrização e aumentar o risco de infecções.
Exposição ao sol
Evite exposição direta ao sol nos primeiros dias, pois o calor pode intensificar o inchaço.
Atividades físicas
Retome-as gradualmente, conforme orientação profissional, geralmente após a remoção dos pontos.
Sinais de alerta
Esteja atento a sintomas como sangramento contínuo após as primeiras 24 horas, febre ou dor intensa. Caso ocorram, entre em contato com seu dentista imediatamente.
Seguir rigorosamente as orientações do profissional de saúde é essencial para uma recuperação tranquila e eficaz após a frenectomia.
Quais são as complicações da frenectomia lingual?
A frenectomia lingual é um procedimento cirúrgico geralmente seguro, mas, como qualquer intervenção, pode apresentar algumas complicações, embora sejam raras. As principais incluem:
Sangramento excessivo
Durante a cirurgia, especialmente se houver lesão de vasos sanguíneos próximos, pode ocorrer hemorragia significativa.
Infecção
Embora incomum, existe a possibilidade de infecção no local operado, especialmente se os cuidados pós-operatórios não forem adequados.
Dor e inchaço
É comum sentir algum desconforto e observar edema na região da língua após o procedimento; esses sintomas geralmente são temporários e manejáveis com medicação adequada.
Lesão de estruturas adjacentes
Se a técnica cirúrgica não for executada corretamente, há risco de danos a estruturas próximas, como vasos sanguíneos e nervos.
Reações adversas à anestesia
Embora raras, podem ocorrer reações inesperadas aos agentes anestésicos utilizados durante o procedimento.
Para minimizar esses riscos, é fundamental que a frenectomia seja realizada por um profissional qualificado e que sejam seguidas todas as orientações pós-operatórias fornecidas pelo dentista ou cirurgião responsável.
Quanto dias demora para cicatrizar uma frenectomia?
O tempo de cicatrização após uma frenectomia varia conforme o indivíduo e a técnica utilizada. Geralmente, o processo de cicatrização completa ocorre entre 7 e 14 dias. Nos primeiros três dias, é comum haver inchaço, que tende a diminuir progressivamente. A remoção dos pontos, quando necessários, costuma ser realizada após 7 dias.
É importante seguir as orientações pós-operatórias fornecidas pelo seu dentista para assegurar uma recuperação adequada. Caso observe sintomas como inchaço persistente, dor intensa ou sinais de infecção, procure imediatamente o profissional responsável pelo procedimento.
A frenectomia a laser dói?
A frenectomia a laser é considerada um procedimento minimamente invasivo e geralmente indolor. Durante a cirurgia, utiliza-se anestesia local para garantir o conforto do paciente. O laser permite uma remoção precisa do frênulo, resultando em menor sangramento e dispensando, na maioria dos casos, a necessidade de suturas. Além disso, o pós-operatório tende a ser menos doloroso e a recuperação mais rápida em comparação com as técnicas tradicionais.
É importante seguir as orientações do profissional de saúde para assegurar uma recuperação adequada e minimizar possíveis desconfortos após o procedimento.
Conclusão
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